Insetos: Uma Alternativa de Alimentos para o Futuro?

Insetos: Uma Alternativa de Alimentos para o Futuro?

Inicialmente é válido ressaltar que os insetos os quais vemos em nosso cotidiano não devem ser iguais aos que consumimos. O chef Rossano Linassi explica que, quando produzidos para consumo, os insetos são criados em cativeiro, em condições especiais. Segundo Linassi, as criações são pequenas e direcionadas para produção de ração e por esse motivo, o preço do quilo, torna-se mais caro. Isso ocorre por ter poucos produtores grandes e uma produção mais manual.

Atualmente não há nenhuma lei que proíba o consumo no Brasil, contudo também não há uma legislação específica sobre o assunto. No geral, a maior parte dos criadores volta-se para a produção de ração, devido à baixa demanda por parte de consumidores humanos.

Casé Oliveira, chef de cozinha e presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Insetos (Asbraci), explica que, como qualquer outro alimento, os insetos estão sujeitos a leis de padrão de qualidade e boas práticas de manipulação. Quando usados em restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, a fiscalização da qualidade dos insetos fica a cargo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entretanto, quando os mesmos são usados como componentes de alimentos industrializados, prática mais comum do que imaginamos, o produto, e toda sua composição, é enviado à Anvisa e analisado.

Os benefícios de incluir insetos na alimentação

De acordo com o chef Rossano Linassi o principal benefício que a alimentação com insetos traz é a elevada quantidade de proteínas no alimento. “Em geral, em cem gramas de alimento, a carne bovina tem em torno 23% de proteína, a de frango tem 30, 40%, já os insetos têm em média 50, 60% de proteínas, mesmo considerando variações das espécies e fase de desenvolvimento”, comenta. A proteína dos insetos também tem maior facilidade de absorção pelo corpo, podendo ser melhor aproveitada.

Ademais, eles possuem grandes quantidades de vitaminas, minerais e gorduras boas. O chef também destaca as altas quantidades de ferro, cálcio e ômega 3 presentes na maioria das espécies de insetos, capazes de substituir fontes importantes desses nutrientes, como o espinafre ou o salmão.

Mas, afinal, por que não comemos insetos?

Tanto Linassi quanto Oliveira concordam que o principal fator que impede um aumento de consumo no Brasil é a questão cultural. “Temos uma visão negativa. Associamos eles ao exótico e o exótico à ameaça”, opina Casé. Como associamos os insetos ao lixo, sujeira ou naturalmente temos aversão às suas patinhas ou olhos, acabamos evitando consumi-los.

Entretanto, essa não é uma realidade global, sendo que em países do leste asiático, como a China e o Vietnã, possuem uma alta taxa de consumo de insetos, bastante integrados à culinária local. O cenário de baixo consumo também não serve para todos os países ocidentais.

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